quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

BBB motiva conflito entre "inteligentes" e "alienados" nas redes sociais

Desde a segunda semana de janeiro, quando estreou na TV Globo a décima terceira edição do reality show “Big Brother Brasil”, se espalharam na internet mensagens que definem os espectadores do programa como pessoas alienadas ou burras. Entre tantos posts, um dos mais compartilhados nas redes sociais trazia a mensagem: “Um livro comete suicídio a cada vez que você assiste BBB”.
João Cotta/TV Globo
Fernanda, Yuri e Anamara: participantes do programa, assim como espectadores, são vistos como "burros" e "alienados"
Mas será que os livros – e a inteligência representada por eles – são mesmo incompatíveis com um fã do programa? A carioca Juliana Bonfim, 27 anos, mostra que não. Professora de português, ela cursa mestrado em Literatura Portuguesa e gosta de ler, mas também adora ver o reality. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Você pode ser culto e gostar do BBB. Eu posso ver um filme do Truffaut à tarde e à noite ver o BBB. Qual o problema?”, questiona Juliana, citando o prestigiado diretor de cinema francês.
Juliana diz que algumas pessoas que ela conhece ficam incomodadas com o fato de ela ser uma acadêmica e gostar de um programa tão popular. O publicitário Mario Mendes, 31, também passa pela mesma situação. “Tem gente que não se conforma que eu goste do BBB. O engraçado é que eles sempre vêm com o mesmo discurso: ‘mas você é tão inteligente, esclarecido’”, conta. “Duvido que as pessoas que reclamam no Facebook leiam tantos livros quanto mandam os outros lerem”, provoca ele.
Montagem/Arquivo pessoal
Juliana, Madalena e Mario: julgamentos dos amigos e patrulha nas redes sociais
A advogada especialista em direito ambiental Madalena Costa, 31, vê as edições noturnas do reality como um momento de relaxamento. “É uma hora que eu reservo para me divertir, para esquecer as preocupações do dia a dia”, explica ela. “Leio livros e o jornal todos os dias. Mas com o BBB, eu não quero me informar e aprender, mas sim me distrair. Não é uma atividade intelectual, nem precisa ser”, completa Madalena.